Cris

Assim, assim ...

sábado, 25 de outubro de 2008

As três Marias ***


Ler As três Marias de Rachel de Queiroz foi uma ótimo. Li em apenas 3 horas sem conseguir parar e ao terminar me senti acrescida e feliz, muito feliz....
Segue algumas experiências:


" Quem era aquele homem agora? Um estranho, nada mais que um estranho. Basta uma pessoa se fechar com os seus pensamentos para colocar entre si e nós toda uma fronteira, com soldados, limites, e um mar desconhecido separando. Há tantos dias que andávamos juntos, o rosto dele já me era familiar como o anel da minha mão; seria capaz até de o desanhar na memória. No entanto, não o reconhecia agora, porque talvez a cara dele era outra, e a gente tem uma feição especial para cada sentimento e cada sensação" ( p.174)


As três Marias


" - Maria José, Maria Augusta, Maria da Glória, por que não fazem silêncio? São as inseparáveis! Já notaram meninas? Essas três vivem juntas, conversando, vadiando, afastadas de todas. São as três Marias! Se ao menos vivessem juntas, como as três do Evangelho, pelo amor de nosso Senhor! Mas sou capaz de jurar que perdem o tempo em dissipaçao...
Glória olhou para mim, eu olhei para Maria José. Sorrimos. "As três Marias"! As três Marias bíblicas? As três estrelas do céu?

A classe achou graça, o apelido ficou. Nós mesmas nos orgulhávamos dele, sentíamos-nos isoladas numa trindade celeste, aristocrática, no meio da plebe das outras. Os personagens do céu têm prestígio que sempre deslumbrou os humanos; e a nossa comparação com as estrelas foi uma embriaguez nova, um pretexto para fantasias e devaneios. Adotamos superiormente a divisa. Nos livros, nos cadernos, três estrelas desenhadas juntas eram o símbolo: as três Marias do céu". (p.36 e 37)

sábado, 18 de outubro de 2008

Pensamento da semana


"Ler não para amontoar coisas, mas para atrair coisas. Não coisas escolhidas conscientemente, mas coisas afins, que nos aumentem sem o percebermos." (Monteiro Lobato)

sábado, 11 de outubro de 2008

Emilia minha heroina


Na última bienal do livro comprei alguns livros de Monteiro Lobato e fiz a grande descoberta do ano Emila a Marquesa de Rabicó e simplesmente me apaixonei por ela.

Emilia é irreverente e engraçada além de muito inteligente. Sempre acreditei na mistura literatura/psicanálise e Emilia é uma parte de nossa personalidade que fica escondida, mas que sempre aparece nos momento mais incovenientes (ou não)...


Veja algumas de suas falas:


"A loucura é a coisa mais triste que há... Eu não acho disse Emilia - Acho-a até bem divertida. E depois ainda não consegui distinguir o que é loucura do que não é. Por mais que pense e repense, não consigo diferenciar quem é louco de quem não é . Eu, por exemplo, sou ou não sou louca?

- Louca você não é Emilia - respondeu Dona Benta. - Você é louquinha, o que faz muita diferença. Ser louca é uma perigo para sociedade; daí os hospícios onde se encerram os loucos. Mas ser louquinha até tem graça. (...)

- Pois eu não quero ser louquinha apenas - disse Emilia - Quero ser louca varrida, como D. Quixote - como os que dão cambalhota assim... "

In Dom Quixote das Crianças, Monteiro Lobato